quinta-feira, 26 de março de 2015

Nunca esqueça onde queres chegar




Odisseu ou Ulisses foi um dos grandes heróis da Guerra de Troia. Depois de derrotar os troianos, ele iniciou uma longa viagem de dez anos de volta para Itaca, onde sua esposa Penélope o aguardava. Seu regresso foi marcado por muitas aventuras e desventuras, que atrasaram sua viagem.

Numa ilha Ulisses e seus companheiros enfrentaram o cíclope Polifemo e só conseguiram fugir porque cravaram uma lança no único olho do gigante. Eles não sabiam que Polifemo era filho de Posidon, por isso passaram a ser perseguidos pelo deus dos mares que criou inúmeros problemas para eles no percurso da viagem.

Depois de algum tempo navegando, eles se perderam e chegaram à Ilha da feiticeira Circe. Enfeitiçado pelas artimanhas da bela jovem, Ulisses permaneceu na ilha por um longo período. Quando enfim resolveu partir, Circe ajudou-os a passar sãos e salvos pela costa da Ilha das Sereias, recomendando que tapassem os ouvidos com cera para não serem inebriados pelos cantos das sereias.

Depois de terem enfrentando estes e tantos outros perigos, Ulisses pensava que ele e seus companheiros haviam superado todos os desafios da viagem, mas o pior estava por vir. Ao enfrentar uma tempestade o barco onde viajavam naufragou. Tentando salvar-se do naufrágio Ulisses e seus companheiros acabaram indo para a Ilha de Ogígia, onde vivia a ninfa Kalipso.

Kalipso era uma das milhares ninfas do mar que vivia numa gruta na encosta da montanha, cuja morada tinha sua entrada cercada por um bosque sagrado e uma fonte sagrada. A princípio ela os recebeu com cortesia, mas depois de apaixonar por Ulisses ela tornou prisioneiros todos os viajantes.

A etimologia do nome da ninfa kalypto significa esconder, encobrir e ocultar, sendo o oposto de Apocalipse, que significa revelar. Portanto Kalipso era originalmente a deusa da morte. Ela passava os dias a tecer o tempo e a fiar o destino. Ela desejava seduzir Ulisses oferecendo-lhe a imortalidade, mas ele resistia porque tinha a intenção de retornar para Ítaca.

Passado sete anos Zeus compadeceu-se do sofrimento de Ulisses e mandou que Hermes fosse convencer Kalipso para libertar seus hóspedes. O pedido do deus dos deuses foi atendido e, mesmo contra sua vontade, Kalipso deu a Ulisses tudo o que ele necessitava, tal como as provisões, um novo barco e as condições favoráveis para o caminho de volta ao lar.


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A volta para Ítaca pode representar os nossos objetivos, planos e projetos, dos quais podemos querer desistir diante dos inúmeros obstáculos que possam surgir. E mesmo que tenhamos previsto algumas dificuldades, sempre podemos ser surpreendidos por questões que estão além de nossas previsões e controle. É preciso saber lidar com imprevistos e buscar alternativas.

Assim como Ulisses, muitas vezes temos de tapar os ouvidos para não prestar atenção aos pessimistas de plantão que insistem em nos desestimular de nossos planos e projetos. Mas também temos de evitar as ilusões e fantasias que a nossa imaginação possa criar. Nada é mais perigoso do que querermos ir além do que temos condições e do podemos suportar.

Quando estamos atentos à realidade dos fatos temos mais condições de optar e escolher melhor. Muitas vezes podemos encontrar propostas sedutoras de vantagens e lucros, mas conseguidas através de fraudes e negociações pouco honestas. Podemos até pensar que isso servirá para nos ajudar a chegar onde queremos, porém certas facilidades servem apenas para atrasar onde queiramos chegar. Essa é a lição de Ulisses.


5 comentários:

  1. Interesantes essas estórias!
    E, o melhor no seu texto é a interpretação da estória para a vida real.
    Gostei muito.

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  2. Sensacional, adorei o site, é um belo projeto, vou ver tudo, mto obrigado, nunca pare!

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  3. Amoooo seu blog, parabéns você pode ajudar muitas pessoas com sua interpretação da mitologia, principalmente ajudando os jovens a despertar amor ao conhecimento.Continue sempre!!!

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Agradeço os seus comentários, críticas e sugestões