sábado, 30 de outubro de 2010

As hespérides e os pomos de ouro



As deusas Hespérides passeiam pelos céus, encarregando-se de iluminar todo o mundo com a luz da tarde. Desta forma, fazem parte do ciclo do dia: Hemera trazia o dia, as Hespérides traziam o entardecer e Nix fechava o ciclo com a noite.

As três Hespérides eram:

* Egle - a Radiante - deusa da luz avermelhada da tarde
* Erítia - a Esplendorosa - deusa do esplendor da tarde
* Hespéra - Crepuscular - deusa do crepúsculo vespertino.

As Hespérides possuiam atributos semelhantes aos das Horas que presidem as estações do ano e também das Cárites ou Graças. Junto de Hemera (o Dia), compunham o séquito de Hélios (o Sol), de Eos (a Aurora) e de Selene (a Lua). Iluminavam o palco e maestravam a dança das Horas, de quem se tornaram companheiras.

As Hespérides cantavam em coro com voz maravilhosa junto às nascentes sussurrantes que exalam ambrósia e costumavam
ocultar-se através de súbitas metamorfoses. Também chamadas de ninfas do poente, habitavam o extremo Ocidente e tinham o dom da profecia. Eram belas, jubilosas e simbolizavam a fertilidade do solo. Moravam em um belo palácio, no Monte Atlas e bem à frente do jardim das árvores dos pomos ou maçãs de ouro.

Há varias versões sobre sua paternidade. Uma versão diz que elas são filhas de Zeus e Têmis; outra diz que descendem de Fórcis e Ceto. A interpretação evemerista diz que Hésperos, o astro da tarde, teria tido uma filha chamada Hespéride, que junto de Atlas, seu tio, deu à luz às ninfas Hespérides. Na Teogonia de Hesiodo elas são filhas de Nix (noite) e Erebus (escuridão).

Segundo Evêmero, as ninfas Hespérides são sete donzelas: Aretusa ou Hesperaretusa, Hespéria, Hespéris, Egéria, Clete, Ciparissa e Cinosura. As ninfas possuíam o dom de controlar a vontade de feras selvagens e eram consideradas guardiãs da ordem natural, das fronteiras entre o dia e a noite, dos tesouros dos deuses e também das fronteiras entre os três mundos - a Terra, o paraíso e o mundo subterrâneo.

O jardim das Hespérides era conhecido como Jardim dos imortais, pois continha um pomar que abrigava árvores mágicas de onde nasciam os pomos de ouro, considerados fontes de juventude eterna e era considerado o mais belo de toda a antiguidade. Quando Hera se casou com Zeus, recebeu de Gaia como presente de núpcias algumas maçãs de ouro. Também foi desse jardim a maçã da discórdia atirada por Éris, que deu origem à disputa entre as deusas.

Para chegar até o jardim havia muitos obstáculos: a gruta das Gréias e a gruta das Górgonas. O próprio jardim era povoado de
monstros que o protegiam, como o terrível Ládon, o dragão de 100 cabeças. Somente dois herois mortais encontraram os jardins das Hespérides: Perseu quando fora enfrentar Medusa e Héracles.

Em uma versão, o rei do Egito Busíris, vizinho do reino das Hespérides, mandou raptar as ninfas e devastar os jardins.
Quando Héracles chegou ao país, libertou as Hespérides e entregou-as a Atlas. Como recompensa, Atlas lhe deu as maçãs de ouro e lhe ensinou a Astronomia. Na interpretação evemerista Atlas foi considerado como o primeiro astrônomo, e por isso conhecia o caminho das estrelas, dando o seu nome à coleção de mapas da terra.

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